IMPOSIÇÃO DE MÃOS EXISTE ATÉ HOJE?
A imposição das mãos era um método de indicar a designação de alguém para um cargo ou um dever, como no caso dos sete homens designados pelos apóstolos para cuidar da distribuição de alimentos na congregação de Jerusalém. (At 6:6)
Timóteo foi designado para um serviço específico pelo corpo de anciãos da congregação. (1Ti 4:14) Ele, por sua vez, foi mais tarde incumbido pelo apóstolo Paulo de fazer designações de outros, sendo admoestado que devia fazer isso apenas após meticulosa consideração. — 1Ti 5:22.
A imposição das mãos tinha também outros significados, um deles sendo o reconhecimento de alguma coisa, como em Êxodo 29:10, 15, onde Arão e seus filhos reconheciam os sacrifícios como oferecidos a seu favor. Um significado similar é encontrado em Levítico 4:15.
A imposição das mãos foi também usada para indicar alguns que receberiam benefícios ou poder, como nas curas feitas por Jesus (Lu 4:40) e na descida do espírito santo sobre aqueles a quem Paulo impôs as mãos. (At 19:6) Isto não significa que o espírito passava pelas mãos de Paulo, mas sim que ele, como representante de Cristo, estava autorizado a indicar, em harmonia com os requisitos estabelecidos, quem receberia dons do espírito. (Veja também At 8:14-19.) Que não era necessário impor as mãos para transmitir os dons do espírito é demonstrado pelo fato de que, no caso de Cornélio e os de sua casa, o apóstolo Pedro simplesmente estava presente quando receberam espírito santo e o dom de línguas. — At 10:44-46.
"Ora, vendo Simão que o espírito era dado pela imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: “Dai-me também esta autoridade, para que todo aquele a quem eu impuser as minhas mãos receba espírito santo". Atos 8:18.
"Por esta mesma causa faço-te lembrar que atices, como a um fogo, o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos". 2Tim 1:6
"Por esta razão, agora que temos abandonado a doutrina primária a respeito do Cristo, avancemos à madureza, não lançando novamente um alicerce, a saber, o arrependimento de obras mortas e a fé para com Deus, o ensino de batismos e a imposição das mãos, a ressurreição dos mortos e o julgamento eterno. E isto faremos, se Deus permitir. Heb. 6:1-3.
O apóstolo Pedro, segundo Atos 2:14-21, explicou que falar em línguas naquela ocasião significava que o espírito santo de Deus tinha sido derramado sobre os discípulos cristãos em cumprimento de Joel 2:28-32.
Milhões de pessoas através da terra hoje afirmam ter a habilidade de falar em línguas que não aprenderam através do estudo. Amiúde isto ocorre em línguas que não podem ser identificadas, exigindo uma “interpretação inspirada” pelo orador ou outrem presente. Mas, às vezes, palavras, frases e até mesmo linguagem extensiva em hebraico, latim, grego, chinês e outras línguas, têm sido proferidas por pessoas normalmente desconhecedoras dessas línguas.
As pessoas que tiveram tais experiências às vezes afirmam que é “a evidência inicial do recebimento do Espírito Santo”. Depois disso, afirma-se, alguns cultivam as línguas como “dom”, ao passo que outros só têm tal experiência uma vez. Será que falar em línguas realmente significa que se tenha o espírito santo de Deus?
Por certo, Jesus Cristo possuía o espírito de Deus; todavia, não existe indício de que tivesse jamais falado por meio dum dom miraculoso de línguas. (Mat. 3:16; Luc. 4:16-21) E sobre os cristãos do primeiro século, escreveu o apóstolo Paulo: “Será que todos falam em línguas?” (1 Cor. 12:30) Ao invés, o espírito de Deus dotou-os de “variedades” de poderes miraculosos. (1 Cor. 12:4, 11, 13)
Quando estabelecia uma lista de “dons espirituais”, o apóstolo Paulo colocou as línguas e sua interpretação em último lugar, incentivando os cristãos a ‘persistirem em buscar zelosamente os maiores dons’, especialmente o amor, que Jesus disse seria o verdadeiro sinal identificador de seus seguidores. — 1 Cor. 12:1, 4-10, 29-31; 13:1, 8, 13; João 13:35.
É de interesse, também, que os dons miraculosos do espírito santo de Deus não deviam permanecer indefinidamente na congregação cristã. As Escrituras, em 1 Coríntios 13:8, declaram: “Quer haja dons de profetizar, serão eliminados; quer haja línguas, cessarão.” Quando desapareceriam?
Segundo Atos 8:18, o espírito de Deus, conforme expresso nos dons miraculosos, era dado “pela imposição das mãos dos apóstolos”. E, depois de Pentecostes, cada caso registrado de derramamento do espírito de Deus, acompanhado de dons miraculosos, ocorreu na presença de um ou mais dos apóstolos de Jesus. (Atos 8:9-20; 10:44-46; 19:6)
Evidentemente, a transmissão destes poderes dados por Deus cessou com a morte dos apóstolos; e, quando morreram aqueles que os receberam, tais dons cessaram por completo na congregação cristã.
Referente à transitoriedade dos dons miraculosos, a Enciclopédia de M’Clintock e Strong, Volume 10, página 484, diz: “Assim parece que os dons miraculosos que nos primeiros dias foram derramados sobre a Igreja para específico propósito, não foram gradualmente, mas rapidamente retirados dos homens quando morreram os apóstolos e os que tinham aprendido dos lábios deles acerca de Cristo.”
As Escrituras mostram que “pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o espírito”. Portanto, quando os apóstolos morreram, e quando os que tinham recebido os dons miraculosos saíram da cena terrestre, os dons sobrenaturais do espírito, inclusive o de línguas, cessaram. — Atos 8:18, ALA.
CONCLUSÃO:
Embora outros também recebessem tais dons milagrosos do espírito, o relato mostra que isso só se dava quando um ou mais apóstolos estavam presentes, ou pela imposição das mãos dos apóstolos. Paulo, embora não fosse um dos 12, também serviu nesta qualidade, como apóstolo pessoalmente designado por Jesus Cristo. (At 2:1, 4, 14; 8:14-18; 10:44; 19:6)
Assim, o poder de transmitir tais dons era exclusivo desses apóstolos. Tais dons miraculosos, por conseguinte, terminariam com a morte dos apóstolos e daqueles que receberam esses dons por meio dos apóstolos (1Co 13:2, 8-11), e, assim, lemos que tais poderes estavam “ausentes na Igreja do segundo século, pois os escritores daqueles dias falam desses dons como coisa do passado — na era apostólica, de fato”. — O Novo Dicionário da Bíblia, editado por J. D. Douglas, 1966, Vol. 1, p. 97.