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ESPIRITISMO: A ALMA É IMORTAL?

Seu conceito sobre a alma afeta a sua vida.
Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar viva a alma. Heb. 10:39.

O homem veio a ser uma alma vivente.” — GÊNESIS 2:7.
QUASE todas as religiões ensinam que o homem tem uma alma imortal. A Nova Enciclopédia Católica (em inglês) diz que a alma é “criada por Deus e implantada no corpo por ocasião da concepção”. Diz também que a doutrina da alma imortal “é um dos fundamentos” das religiões da cristandade. Similarmente, “o conceito muçulmano”, diz a Nova Enciclopédia Britânica (em inglês), “é de que a alma vem à existência ao mesmo tempo que o corpo; dali em diante, tem vida própria, sendo a sua união com o corpo uma condição temporária”.

Tais religiões crêem que a alma deixa o corpo por ocasião da morte e sobrevive para sempre, podendo seu destino ser a beatitude celestial, uma temporada no purgatório ou o tormento eterno num inferno ardente. A morte é toda como passagem para a vida eterna no domínio espiritual. Como disse certo escritor no livro We Believe in Immortality (Nós Cremos na Imortalidade): “Eu encaro a Morte como grande e gloriosa aventura. Encaro a Morte como promoção divina.”

Os hindus, os budistas e outros crêem na transmigração. Isto inclui a crença de que na morte a alma reencarna, renasce como outro ser humano ou como outra coisa vivente. Se a pessoa foi boa, diz-se que a sua alma renascerá como pessoa de estágio superior. Mas se foi má, renascerá como pessoa de estágio inferior, ou até mesmo como animal ou inseto.

Mas, que dizer se os humanos não têm uma alma imortal? Ou se a morte não é uma “promoção divina”, nem a imediata passagem para a vida espiritual eterna ou a reencarnação para todos os que morrem? Neste caso, a crença na alma imortal estaria conduzindo a pessoa na direção errada. O livro Ensinos religiosos oficiais (em inglês) diz que a igreja insiste na crença da alma imortal porque não crer nisso “tornaria sem sentido ou ininteligível as orações, os rituais fúnebres e os atos religiosos da igreja em favor dos mortos”. Portanto, o que está em jogo é o proceder, a adoração e o futuro eterno da pessoa. — Provérbios 14:12; Mateus 15:9.

É importante saber a verdade a respeito dessa crença. Jesus disse: “Os que . . . adoram [a Deus] têm de adorá-lo com espírito e verdade.” (João 4:24) A verdade sobre a alma humana se encontra na Palavra de Deus, a Bíblia. Nas Escrituras inspiradas Deus revela seus propósitos, de modo que podemos estar confiantes de que elas nos dizem a verdade. (1 Tessalonicenses 2:13; 2 Timóteo 3:16, 17) Jesus disse em oração a Deus: “A tua palavra é a verdade.” — João 17:17.
Criado com Uma Alma Imortal?

Gênesis 2:7 nos diz: “Jeová Deus passou a formar o homem do pó do solo e a soprar nas suas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente.” O relato não diz que Deus implantou no homem uma alma imortal. Diz que quando o poder de Deus energizou o corpo de Adão, este “veio a ser uma alma vivente”. Portanto, o homem é uma alma. Ele não tem uma alma.

Deus criou Adão para viver na terra, não no céu. A terra não se destinava a ser um mero campo de prova para ver se Adão se qualificaria para viver no céu. Deus formou a terra “para ser habitada”, e Adão foi seu primeiro habitante humano. (Isaías 45:18; 1 Coríntios 15:45) Mais tarde, quando Deus criou Eva como esposa de Adão, o Seu propósito para eles era que povoassem a terra e a transformassem num paraíso, como lar eterno da humanidade. — Gênesis 1:26-31; Salmo 37:29.

Em lugar algum a Bíblia diz que parte de Adão era imortal. Ao contrário, a sua existência era condicional, baseada na obediência à lei de Deus. Se violasse essa lei, o que lhe aconteceria? Vida eterna no domínio espiritual? De forma alguma. Em vez disso, ‘positivamente morreria’. (Gênesis 2:17) Retornaria à sua origem: “Tu és pó e ao pó voltarás.” (Gênesis 2:7; 3:19) Adão não tinha existência antes de ser criado, e não a teria depois que morresse. Assim, ele tinha apenas duas opções: (1) obediência e vida ou (2) desobediência e morte. Se Adão não tivesse pecado, teria vivido na terra para sempre. Jamais teria ido ao céu.

Adão desobedeceu e, portanto, morreu. (Gênesis 5:5) A sua punição foi a morte. Não era a passagem para uma “gloriosa aventura” mas sim para a não existência. Por conseguinte, a morte não é amiga, mas sim, como a Bíblia a chama, ‘inimiga’. (1 Coríntios 15:26) Se Adão tivesse tido uma alma imortal que iria para o céu se ele fosse obediente, então a morte seria uma bênção. Mas, não era. Era uma maldição. E, com o pecado de Adão, a maldição da morte se espalhou a todos os humanos, pois todos são descendentes dele. — Romanos 5:12.

Ademais, se Adão tivesse sido criado com alma imortal que seria atormentada eternamente num inferno ardente, se ele pecasse, por que não foi alertado quanto a isso? Por que se lhe disse apenas que morreria e retornaria ao pó? Quão injusto seria condenar Adão a uma eternidade de tortura pela desobediência, sem nem tê-lo avisado a respeito! Contudo, Deus é “sem injustiça”. (Deuteronômio 32:4) Não havia necessidade de alertar Adão a respeito dum inferno ardente para as almas imortais dos iníquos. Tal inferno não existia, como tampouco existia uma alma imortal. (Jeremias 19:5; 32:35) Não existe tormento eterno no pó do solo.
O Uso Bíblico de “Alma”

Nas Escrituras Hebraicas, a palavra portuguesa “alma” traduz a palavra hebraica né·fesh, que ocorre mais de 750 vezes. Seu equivalente nas Escrituras Gregas é psy·khé, que ocorre mais de 100 vezes. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas traduz essas palavras uniformemente por “alma”. Outras Bíblias talvez usem uma variedade de palavras. Algumas das maneiras de a Versão Rei Jaime (em inglês) traduzir né·fesh são: alma, apetite, coisa, coração, corpo, (corpo) morto, criatura, desejo, fera, fôlego, homem, mente, pessoa, si mesmo, vida. E traduz psy·khé por: alma, coração, mente, vida.

A Bíblia chama as criaturas marinhas de né·fesh: “Toda alma vivente que há nas águas.” (Levítico 11:10) Essa palavra pode referir-se aos animais terrestres: “Produza a terra almas viventes segundo as suas espécies, animal doméstico, e animal movente, e animal selvático.” (Gênesis 1:24) Centenas de vezes né·fesh significa pessoas. “Todas as almas que procederam da parte superior da coxa de Jacó vieram a ser setenta almas.” (Êxodo 1:5) Um exemplo de uso de psy·khé neste sentido é 1 Pedro 3:20. Fala-se ali da arca de Noé, “na qual poucas pessoas, isto é, oito almas, foram levadas a salvo através da água”.

A Bíblia usa a palavra “alma” de muitas outras maneiras. Gênesis 9:5 diz: “Exigirei de volta vosso sangue das vossas almas.” Diz-se aqui que a alma tem sangue. Êxodo 12:16 diz: “Somente o que cada alma necessitar para comer, só isto pode ser feito para vós.” Neste caso, diz-se que a alma come. Deuteronômio 24:7 fala de um homem “raptando uma alma dos seus irmãos”. Por certo, o que se raptava não era uma alma imortal. O Salmo 119:28 diz: “Minha alma, de pesar, tem passado em claro.” Assim, a alma pode até mesmo perder o sono. A Bíblia mostra também que a alma é mortal. Ela morre. “Essa alma terá de ser decepada do seu povo.” (Levítico 7:20) “Não se pode chegar a nenhuma alma morta.” (Números 6:6) “Nossas almas hão de morrer.” (Josué 2:14) “Toda alma que não escutar esse Profeta será completamente destruída.” (Atos 3:23)  “Morreu toda alma vivente.”— Apocalipse 16:3.

Claramente, o emprego de né·fesh e de psy·khé na Bíblia mostra que a alma é a pessoa ou, no caso dos animais, a criatura. Não é alguma parte imortal de um indivíduo. De fato, né·fesh é usada até mesmo referindo-se ao próprio Deus: “Sua alma certamente odeia a quem ama a violência.” — Salmo 11:5.

Muitos eruditos concordam que a Bíblia não fala de uma alma imortal. A Enciclopédia Judaica Concisa (em inglês) declara: “A Bíblia não estabelece a doutrina da imortalidade da alma, tampouco aparece isso distintamente na primitiva literatura rabínica.” A Enciclopédia Judaica (em inglês) diz: “A crença de que a alma continua a sua existência após a dissolução do corpo é assunto de especulação filosófica ou teológica, em vez de simples fé, e concordemente não é expressamente ensinada em parte alguma da Escritura Sagrada.” O Dicionário Bíblico do Intérprete (em inglês) diz: “A nefesh . . . não continua a existir independente do corpo, mas morre junto com ele. . . . Nenhum texto bíblico autoriza a declaração de que a ‘alma’ se separa do corpo na morte.”

Também, o Dicionário Expositivo de Palavras Bíblicas (em inglês) diz: “‘Alma’ no V[elho] T[estamento], então, não indica alguma parte imaterial dos seres humanos que sobreviva à morte. [Né·fesh] significa essencialmente vida conforme singularmente experimentada por seres pessoais. . . . O sentido básico de [psy·khé] é estabelecido por seu correlativo do V[elho] T[estamento], em vez de seu sentido na cultura grega.” E o Dicionário Bíblico de Eerdmans (em inglês) diz que, na Bíblia, a palavra alma “não designa uma parte de um ser humano, mas sim a inteira pessoa. . . . Neste sentido os seres humanos não têm almas — eles são almas.” — O grifo é nosso.

Até mesmo a Nova Enciclopédia Católica reconhece: “As palavras bíblicas para alma usualmente significam a pessoa inteira. “Diz mais: “Não existe dicotomia [divisão] de corpo e alma no V[elho] T[estamento]. . . . O termo [né·fesh], embora seja traduzido pela nossa palavra alma, jamais significa uma alma distinta do corpo ou da pessoa em si. . . . O termo [psy·khé] é a palavra do N[ovo] T[estamento] equivalente a [né·fesh]. . . . A noção de a alma sobreviver à morte não é prontamente discernível na Bíblia.” E Georges Auzou, professor católico, francês, de Sagrada Escritura, diz em seu livro La Parole de Dieu (A Palavra de Deus): “O conceito de ‘alma’ significando uma realidade puramente espiritual, imaterial, distinta do ‘corpo’, . . . não existe na Bíblia.”

Assim, A Enciclopédia Americana (em inglês) observa: “O conceito do Velho Testamento a respeito do homem é de unidade, não de união de alma e corpo. Embora a palavra hebraica [né·fesh] seja muitas vezes traduzida por ‘alma’, seria inexato atribuir-lhe um sentido grego. . . . [Né·fesh] jamais dá a idéia de que opere separada do corpo. No Novo Testamento, a palavra grega [psy·khé] é muitas vezes traduzida por ‘alma’, mas também aqui não se deve prontamente entender que ela tenha o mesmo sentido que tinha para os filósofos gregos. . . . A Bíblia não dá uma descrição clara sobre como a pessoa sobrevive à morte.” E acrescenta: “Os teólogos têm sido obrigados a recorrer às dissertações de filósofos em busca de uma maneira adequada de explicar a sobrevivência da pessoa à morte.”
Não a Bíblia, Mas a Filosofia

É verdade que os teólogos adotaram os conceitos de filósofos pagãos para formular a doutrina da alma imortal. O Dicionário Enciclopédico da Bíblia (em francês) diz: “O conceito de imortalidade é produto do pensamento grego.” A Enciclopédia Judaica afirma: “A crença na imortalidade da alma chegou aos judeus através do contato com o pensamento grego e principalmente através da filosofia de Platão, seu principal expoente”, que viveu no quarto século antes de Cristo. Platão cria no seguinte: “A alma é imortal e imperecível, e nossas almas realmente existirão num outro mundo!” — Os Diálogos de Platão (em inglês).

Quando foi que essa filosofia pagã se infiltrou no cristianismo? A Nova Enciclopédia Britânica diz: “A partir de meados do 2.° século AD, os cristãos que tinham conhecimentos de filosofia grega passaram a sentir a necessidade de expressar a sua fé em termos desta, tanto para sua própria satisfação intelectual como para converter pagãos instruídos. A filosofia que mais lhes convinha era o platonismo.” Assim, como diz a Britânica, “os primitivos filósofos cristãos adotaram o conceito grego da imortalidade da alma”. Mesmo o Papa João Paulo II reconheceu que a doutrina da alma imortal incorpora “teorias de certas escolas de filosofia grega”. Mas, a aceitação de teorias da filosofia grega significava que a cristandade abandonara a verdade simples expressa em Gênesis 2:7: “O homem veio a ser uma alma vivente.”

No entanto, o ensino da alma imortal remonta a muito mais do que a Platão. No livro A Religião de Babilônia e Assíria, de Morris Jastrow (em inglês), lemos: “O problema da imortalidade . . . mereceu séria atenção dos teólogos babilônicos. . . . A morte era uma passagem para outro tipo de vida.” Também, o livro Religião Egípcia (em inglês), de Siegfried Morenz, declara: “Os primitivos egípcios consideravam a vida após a morte simplesmente como a continuação da vida na terra.” A Enciclopédia Judaica observa a conexão com essas antigas religiões e com Platão quando diz que Platão foi levado ao conceito da alma imortal “através dos mistérios órficos e eleusinos nos quais os conceitos babilônicos e egípcios se achavam estranhamente fundidos”.

Portanto, o conceito da alma imortal é antigo.
De fato, suas raízes remontam ao raiar da história humana! Depois de Adão ter sido informado de que morreria se desobedecesse a Deus, expressou-se à esposa de Adão, Eva, um conceito oposto. Foi-lhe dito: “Positivamente não morrereis.” Lançaram-se aqui as sementes da doutrina da alma imortal. E, desde então, uma cultura após outra adotou o conceito pagão de ‘realmente não morrerás, mas continuarás a viver’. Isto inclui a cristandade, que levou seus seguidores à apostasia em oposição aos propósitos e a vontade de Deus. — Gênesis 3:1-5; Mateus 7:15-23; 13:36-43; Atos 20:29, 30; 2 Tessalonicenses 2:3, 7.

Quem foi que levou os homens a crerem em tal mentira?
Jesus identificou-o quando disse aos líderes religiosos de seus dias: “Vós sois de vosso pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pai. . . . Quando fala a mentira, fala segundo a sua própria disposição, porque é um mentiroso e o pai da mentira.” (João 8:44) Sim, foi Satanás quem desenvolveu o conceito de alma imortal, para desviar as pessoas da adoração verdadeira. Assim, o proceder da pessoa e a sua esperança para o futuro são desviados para o caminho errado por crer-se em doutrinas originárias da primeira mentira registrada na Bíblia, ainda que naquele tempo Eva sem dúvida entendera que a serpente queria dizer meramente que ela de modo algum morreria na carne.

A Bíblia não ensina que os humanos têm uma alma imortal. Por que, então, fala da esperança de vida eterna? Ademais, não diz a Bíblia, em 1 Coríntios 15:53: “Isto que é mortal tem de revestir-se de imortalidade”?
Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar viva a alma. Heb. 10:39.


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